Em tempos tecnológicos, digitais e cheios de "Inteligência Artificial" acredito que seja pertinente realizarmos o momento de introspecção pessoal e tentar responder uma pergunta.
Onde está a nossa cidadania e o nosso civismo?
Recentemente em um evento de futebol americano uma cantora foi amplamente elogiada por cantar corretamente o Hino Nacional, mas todos nós como brasileiros não deveríamos sabê-lo?
Em qual momento da nossa recente história "esquecemos" a letra de um símbolo do nosso país?
Será que os nossos filhos saberão que um dia cantar o Hino Nacional na escola foi motivo de orgulho entre nós alunos do antigo ensino básico, regular, formal, fundamental, médio ou eventualmente novas denominações?
Saberão como era desfilar nas datas comemorativas municipais, estaduais ou federal? Me arrisco a ir além, saberão o significado da denominação “fanfarra” e tudo o que ela representava, como trabalho em equipe, hierarquia e responsabilidade? como desfilar e se portar em um evento cívico? terão aulas de instrumentos e ritmos como tivemos com o Ailton Rosa, o saudoso Borboleta?
Educadores como ele eram os maestros que transformavam um amontoado de jovens em uma fanfarra afinada, que ensinavam não apenas a tocar um instrumento, mas a marchar em sincronia, a respeitar o colega, a ter disciplina e a sentir o orgulho da apresentação.
O grêmio estudantil, por sua vez, era (e ainda é, onde existe) a primeira experiência de política e representação. É no grêmio que se aprende a debater ideias, a organizar eleições, a negociar com a diretoria e a lutar por interesses coletivos. São laboratórios insubstituíveis para a formação de cidadãos ativos.
O poder público tem a sua parcela de responsabilidade, certamente noções de educação, bons modos e cidadania devem ser instruídas a partir da família, mas é pertinente que a escola também faça parte dessa formação.
Onde estão os tradicionais desfiles comemorativos de oito de agosto, que celebravam o aniversário da cidade e eram a prova de que o civismo também se constrói no amor ao lugar onde se vive?
Onde estão os desfiles de sete de setembro, o palco onde a comunidade se via e se reconhecia?
Em qual momento ficou desnecessário a realização desses eventos?
Por fim, inúmeras memórias norteiam a mente daqueles que assim como eu, tiveram a oportunidade de participar inúmeras e inúmeras vezes de eventos cívicos.
São tantas perguntas que, provavelmente, não teremos todas as respostas, ou talvez nenhuma.
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Desfile Aniversário da Cidade - Década de 1990 Escola Estadual Cícero Barbosa Lima Junior |
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