domingo, 17 de agosto de 2025

Fósseis Ganham Vida em Nova Exposição em Fernandópolis

O Museu de Paleontologia de Fernandópolis inaugurou uma nova e vibrante exposição que promete conectar o passado pré-histórico com o presente através da arte. No último sábado, 16 de agosto, às 14h30, o museu deu as boas-vindas ao público para a inauguração do evento "Paleoarte no Museu", uma iniciativa que busca dar vida aos fósseis do acervo com entrada totalmente gratuita.

A peça central da inauguração é a apresentação de 11 novas obras de paleoarte. Essas peças não são meras representações artísticas; são réplicas cientificamente informadas e inspiradas diretamente nos fósseis que compõem a coleção do museu. O objetivo é oferecer aos visitantes uma janela visual para o passado, permitindo que imaginem como as criaturas que habitaram a região há milhões de anos realmente se pareciam, transformando ossos e rochas em representações vívidas da fauna antiga.     

Para enriquecer ainda mais a experiência, o evento contou com a presença do renomado paleontólogo e paleoartista Felipe Alves Elias, do Museu de Zoologia da USP e idealizador do projeto PaleoZOOBR. Elias participou de um bate-papo com o público na noite de sexta-feira, compartilhando seu conhecimento sobre a fauna pré-histórica brasileira e os processos de divulgação científica. 

Além da nova exposição de paleoarte, os visitantes poderão conferir réplicas de dinossauros, incluindo modelos inspirados em espécies que ganharam fama no cinema, como no filme Jurassic World.  

Baurusuchus pachecoi crocodilomorfo que viveu em nossa região há 80 milhões de anos

A iniciativa reforça a missão do Museu de Paleontologia de ir além de um simples repositório de fósseis, consolidando-se como uma instituição viva e dinâmica que promove a educação, a cultura e o turismo na região. No local mais de 100 fósseis coletados em várias regiões do Brasil estão disponíveis para visitação, entre eles o Baurussuquideo. O fóssil de peça inteira possuí 80 milhões de anos e foi encontrado na zona rural de Fernandópolis e Jales, em afloramentos de arenitos (piçarra).

Pesquisador Ravel Gimenes, o Paleoartista Felipe  Elias e o Idealizador do Museu Professor Carlos Eduardo 

A paleoarte é uma disciplina fundamental para a paleontologia, atuando como o "rosto da ciência" para o grande público. Enquanto os fósseis fornecem os dados brutos — ossos, dentes, ovos —, a paleoarte os interpreta e reconstrói, permitindo que hipóteses científicas sobre a aparência, o comportamento e o ambiente desses animais sejam testadas e visualizadas. É essa reconstrução artística que transforma um conjunto de ossos em uma criatura viva na imaginação do público, despertando a curiosidade e o interesse, especialmente entre os mais jovens. Ao investir em peças inspiradas em seu próprio acervo, o Museu de Fernandópolis não apenas enriquece sua exposição, mas também reforça a relevância de suas descobertas locais, mostrando que os "tesouros" sob o solo da região têm uma história fascinante para contar.

A história do Museu de Paleontologia de Fernandópolis é indissociável da trajetória de um indivíduo cuja paixão e perseverança foram a força motriz por trás de sua criação. O Professor Carlos Eduardo Maia de Oliveira, conhecido carinhosamente como "Cadú", não é apenas o curador ou diretor da instituição; ele é seu idealizador, o "caçador de dinossauros" local cuja cruzada pessoal transformou um tesouro científico em um patrimônio público.



Painéis que retratam a nossa região há 80 milhões de anos, produzidos pelo Paleortista Felipe Elias 

Visitantes em uma das salas do Museu

A iniciativa reforça a missão do Museu de Paleontologia de ir além de um simples repositório de fósseis, consolidando-se como uma instituição viva e dinâmica que promove a educação, a cultura e o turismo na região.

Serviço:

Endereço: Rua João Gosselein, 1470, Bairro Santa Rosa, Fernandópolis-SP (antiga estação ferroviária)

Telefone: (17) 3442-3797 

Horário de funcionamento:  de terça à sexta das 9h às 11h e das 13h às 17h | aos sábados das 13h às 18h | fechado às segundas

sábado, 16 de agosto de 2025

Museu de Arte Sacra e Diversidade Religiosa de Olímpia

Inaugurado em 17 de dezembro de 2020, o Museu de Arte Sacra e Diversidade Religiosa da Estância Turística de Olímpia representa mais do que a adição de um novo equipamento cultural ao interior paulista. Ele se constitui como uma instituição pioneira, que redefine deliberadamente o escopo tradicional de um "museu de arte sacra" no Brasil. 

Sua missão dual é preservar o patrimônio artístico e, simultaneamente, promover ativamente um diálogo sobre a diversidade religiosa materializa uma declaração cultural significativa e oportuna em uma nação caracterizada por sua pluralidade de crenças. A proposta do museu, portanto, transcende a mera exibição de artefatos devocionais para se tornar um espaço de reflexão, aprendizado e tolerância.

Arquitetura: 

O Palacete Giosué Tonanni é um edifício datado de 1910, um período que marca o apogeu do ciclo do café em Olímpia e em grande parte do estado de São Paulo. Como tal, a edificação é um artefato arquitetônico que testemunha a prosperidade e o desenvolvimento social da cidade no início do século XX.

Sua importância foi oficialmente reconhecida com o seu tombamento como patrimônio histórico municipal, o que garantiu sua proteção legal e sublinhou seu valor como um bem cultural coletivo. Anteriormente ocupava o palacete: o Museu de História e Folclore "Maria Olímpia. Este museu, de grande importância para a identidade local, foi transferido para um novo prédio histórico anexo ao Recinto de Exposições e Praça de Atividades Folclóricas `Professor José Sant'anna'

Fachada do Palacete Giosué Tonanni 

Cruz da Fundação 

Marco Zero de Olímpia e Significado Histórico
Há 163 anos (ano de 1857), Antônio Joaquim Miguel dos Santos, primeiro cidadão a residir em Olímpia que, assim como outros mineiros, veio a São Paulo no século XVIII, na época da decadência do ouro, em busca de novas riquezas; ergueu próximo à sua casa de pau-a-pique denominada de Taperão uma cruz de madeira utilizada para sinalizar a posse de suas terras às margens do Ribeirão que ele denominou de Olhos D'Água (devido ao grande número de minas de água ali nascentes).

Significado Histórico
O gesto de "fincar a Cruz", um dos maiores símbolos do cristianismo, surgiu com a chegada dos portugueses no território brasileiro, quando Pedro Álvares Cabral, finca uma cruz, sinal da Coroa portuguesa naquele momento, para tomar posse oficial dessas terras em nome do Rei de Portugal D. Manoel I. Esse gesto configurou-se como a "possessão histórica", da nova terra, fundamento de domínio público que não precisava de documento.

Dessa forma o local que posteriormente seria chamado de Brasil, foi denominado primeiramente de Ilha de Vera Cruz (do latim, Verdadeira Cruz) e isso se deve pois Cabral e sua tripulação acreditavam carregar lascas da cruz em que Cristo foi crucificado. Por isso, devido a sua forte religiosidade, os portugueses batizavam as suas terras de Vera Cruz ou Santa Cruz, pois as embarcações menores acreditavam levar réplicas abençoadas da verdadeira cruz em seu interior.

E não diferente disto, Antônio Joaquim Miguel dos Santos, segue esta tradição de posse das terras locais, tornando-a uma possessão histórica.

Exposição "Crenças Asiáticas"


Vista na parte mais alta do sobrado

Dona Ilda Rosa e Alice Sofia (mãe e filha do autor)