sábado, 16 de agosto de 2025

Museu de Arte Sacra e Diversidade Religiosa de Olímpia

Inaugurado em 17 de dezembro de 2020, o Museu de Arte Sacra e Diversidade Religiosa da Estância Turística de Olímpia representa mais do que a adição de um novo equipamento cultural ao interior paulista. Ele se constitui como uma instituição pioneira, que redefine deliberadamente o escopo tradicional de um "museu de arte sacra" no Brasil. 

Sua missão dual é preservar o patrimônio artístico e, simultaneamente, promover ativamente um diálogo sobre a diversidade religiosa materializa uma declaração cultural significativa e oportuna em uma nação caracterizada por sua pluralidade de crenças. A proposta do museu, portanto, transcende a mera exibição de artefatos devocionais para se tornar um espaço de reflexão, aprendizado e tolerância.

Arquitetura: 

O Palacete Giosué Tonanni é um edifício datado de 1910, um período que marca o apogeu do ciclo do café em Olímpia e em grande parte do estado de São Paulo. Como tal, a edificação é um artefato arquitetônico que testemunha a prosperidade e o desenvolvimento social da cidade no início do século XX.

Sua importância foi oficialmente reconhecida com o seu tombamento como patrimônio histórico municipal, o que garantiu sua proteção legal e sublinhou seu valor como um bem cultural coletivo. Anteriormente ocupava o palacete: o Museu de História e Folclore "Maria Olímpia. Este museu, de grande importância para a identidade local, foi transferido para um novo prédio histórico anexo ao Recinto de Exposições e Praça de Atividades Folclóricas `Professor José Sant'anna'

Fachada do Palacete Giosué Tonanni 

Cruz da Fundação 

Marco Zero de Olímpia e Significado Histórico
Há 163 anos (ano de 1857), Antônio Joaquim Miguel dos Santos, primeiro cidadão a residir em Olímpia que, assim como outros mineiros, veio a São Paulo no século XVIII, na época da decadência do ouro, em busca de novas riquezas; ergueu próximo à sua casa de pau-a-pique denominada de Taperão uma cruz de madeira utilizada para sinalizar a posse de suas terras às margens do Ribeirão que ele denominou de Olhos D'Água (devido ao grande número de minas de água ali nascentes).

Significado Histórico
O gesto de "fincar a Cruz", um dos maiores símbolos do cristianismo, surgiu com a chegada dos portugueses no território brasileiro, quando Pedro Álvares Cabral, finca uma cruz, sinal da Coroa portuguesa naquele momento, para tomar posse oficial dessas terras em nome do Rei de Portugal D. Manoel I. Esse gesto configurou-se como a "possessão histórica", da nova terra, fundamento de domínio público que não precisava de documento.

Dessa forma o local que posteriormente seria chamado de Brasil, foi denominado primeiramente de Ilha de Vera Cruz (do latim, Verdadeira Cruz) e isso se deve pois Cabral e sua tripulação acreditavam carregar lascas da cruz em que Cristo foi crucificado. Por isso, devido a sua forte religiosidade, os portugueses batizavam as suas terras de Vera Cruz ou Santa Cruz, pois as embarcações menores acreditavam levar réplicas abençoadas da verdadeira cruz em seu interior.

E não diferente disto, Antônio Joaquim Miguel dos Santos, segue esta tradição de posse das terras locais, tornando-a uma possessão histórica.

Exposição "Crenças Asiáticas"


Vista na parte mais alta do sobrado

Dona Ilda Rosa e Alice Sofia (mãe e filha do autor)

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