quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Tecnologia a serviço da Memória: TCC no IFSP Votuporanga une Inteligência Artificial e Cultura Maker para resgatar a história local

Pesquisa desenvolvida no curso de Pós-Graduação em Gestão de TI propõe o uso de impressão 3D e repositórios digitais para combater o esquecimento do patrimônio histórico de Votuporanga.

Na última terça-feira, dia 25 de novembro, o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) – Campus Votuporanga foi palco da apresentação de um projeto inovador que busca conectar o passado da cidade com as tecnologias do futuro. O pesquisador Ravel Gimenes apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado "Gestão de TI aplicada à Educação Patrimonial: Cultura Maker e Inteligência Artificial no Desenvolvimento de Dispositivos de Mediação da História de Votuporanga/SP"

A defesa pública ocorreu às 19h30, no Laboratório Maker, localizado ao lado da biblioteca do campus, no bairro Pozzobon. O trabalho foi orientado pelo Dr. Ricardo Cesar de Carvalho e coorientado pela Dra. Elaine Cristina Ferreira de Oliveira.

O Resgate da História através da Tecnologia

A motivação para o estudo parte de uma constatação preocupante: apesar de seus 88 anos de fundação, Votuporanga enfrenta desafios na preservação de suas memórias, com a deterioração de documentos e a perda de referências históricas.

Para combater esse cenário e tornar o ensino de história mais atrativo para as novas gerações, Ravel Gimenes propõe a utilização da Cultura Maker (o movimento "Faça Você Mesmo") e da Inteligência Artificial (IA) dentro das salas de aula. O objetivo principal é produzir dispositivos de mediação pedagógica que tornem o aprendizado sobre o município mais dinâmico e interativo.

Como funciona: Da fotografia antiga à impressão 3D

A metodologia aplicada no projeto é um exemplo prático de como a tecnologia pode servir às humanidades. O processo desenvolvido pelo pesquisador envolveu as seguintes etapas:

Recuperação de Imagens: Seleção de fotografias históricas e dados sobre locais importantes da cidade.

Modelagem com IA: Utilização do sistema de Inteligência Artificial Hitem3D para converter essas imagens antigas (2D) em modelos tridimensionais detalhados.

Materialização: Impressão dos protótipos em 3D utilizando filamento ABS, permitindo que os alunos possam "tocar" na história.

Entre os resultados de destaque, o projeto conseguiu reconstruir digitalmente e fisicamente a primeira igreja de Votuporanga (já demolida), além de criar maquetes do Mercado Municipal, do Palácio da Justiça e da Catedral Nossa Senhora Aparecida.

Mapeamento Digital Colaborativo

Além das maquetes físicas, o projeto desenvolveu um repositório digital utilizando o Google My Maps. Essa ferramenta permite catalogar pontos históricos da cidade, centralizando fotos, vídeos e textos informativos. A proposta é que esse mapa funcione de forma colaborativa, onde tanto professores quanto alunos possam inserir novas informações, democratizando o acesso ao conhecimento histórico local.

Impacto na Educação

O estudo conclui que a integração desses recursos tecnológicos — como a impressão 3D e a IA — com o ensino tradicional é plenamente viável e necessária. A proposta alinha-se aos quatro pilares da educação para o século XXI definidos pela UNESCO: aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser.

Ao transformar o aluno em um agente ativo, que ajuda a construir o conhecimento e a preservar a memória local, o projeto reafirma a frase do artista plástico Aluísio Magalhães, citada pelo autor na conclusão do trabalho: "A comunidade é a melhor guardiã de seu patrimônio".

Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso 

Banca dos Professores e alunos visitantes

Visitantes observando as impressões 

Apresentação dos modelos impressos em ABS

Orientador: Professor Dr. Ricardo César de Carvalho, Aluno: Ravel Gimenes, Coorientadora: Professora Dra. Elaine Cristina Ferreira de Oliveira, Professor Dr. André Luis Gobbi Primo e Professora Dra. Janaina Andréa Cucato  



domingo, 16 de novembro de 2025

Linha do Tempo da Inteligência Artificial

Na era digital atual, a integração das tecnologias digitais, incluindo as avançadas ferramentas de Inteligência Artificial (IA), transformou profundamente a comunicação, o trabalho e as interações sociais, redefinindo também o ambiente educacional. Essa evolução destaca a importância de desenvolver habilidades e competências digitais, não apenas para utilizar essas tecnologias, mas também para entender e coexistir com elas. A IA, em particular, desafia conceitos tradicionais ao introduzir capacidades que vão além de respostas binárias, incluindo a geração de conteúdo criativo, que era considerada uma prerrogativa exclusivamente humana.

Dica: Ao clicar na imagem utilizar o zoom do celular para visualizar melhor cada etapa.

Vicari, Rosa; Brackmann, Christian; Mizusaki, Lucas ; Galafassi, Cristiano. Linha do tempo de Inteligência Artificial. Disponível em: http://www.ianaescola.com.br/.

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Família Otsuki: do Japão para Votuporanga

​Assim como inúmeras famílias de imigrantes que saíram do aconchego de seus lares para tentar a sorte em terras longínquas, com a família Otsuki não foi diferente.
​Contextualizando o fato, enquanto o Japão estava saindo de uma fase que culminou em décadas de isolamento, o Brasil finalmente decretara o fim da escravidão e a mão de obra nas lavouras de café tornou-se, portanto, mais do que necessária. Com o "Tratado da Amizade, Comércio e Navegação", assinado no dia cinco de novembro de 1895, em Paris, o Brasil abriu as fronteiras para a imigração japonesa, possibilitando uma grande oportunidade de trabalho aos seus cidadãos.

Dessa maneira, no ano de 1928, o Sr. Misseo Otsuki, com 25 anos de idade, e a Sra. Kazuko Otsuki, então com 24 anos, saíam do porto de Kobe, na região de Osaka, com destino às terras brasileiras. Chegando ao país, o casal se estabeleceu primeiramente na região de Colina em uma das propriedades do Cel. Francisco Maximiano Junqueira. Eles vieram com o primogênito, com um ano de idade, mas infelizmente esse faleceu bem novo, e posteriormente, seguiram para a cidade de Jaborandi, localizada a 200 quilômetros de distância de Votuporanga. Ao chegarem ao país tropical, tal como todos os imigrantes, tiveram que superar várias dificuldades.

​No início de 1940, juntamente com outras famílias de agricultores orientais, resolveram adquirir terras, com as economias advindas do trabalho na fazenda. A escolha por Votuporanga pode ter um motivo curioso: o nome da cidade. Alguns relatos apontam que, nos primeiros anos da fundação do município votuporanguense, vários caminhoneiros e motoristas passavam por essas "bandas" e se encantavam com o nome diferenciado – o que auxiliou a difundir o local em terras longínquas no nosso Brasil.

​Chegando por aqui, os Otsuki e mais cinco famílias (Sawamura, Hassegawa, Matsumoto, Nagatoki e Kawamura) se estabeleceram próximo aonde se encontra hoje o Aeroporto Municipal de Votuporanga. A princípio, realizaram todas as atividades de infraestrutura, como a derrubada de árvores para a construção das residências, preparação do terreno para a futura lavoura e outras melhorias necessárias. Perto do córrego ali existente, ao fundo da propriedade, já existia uma pequena olaria para a fabricação de tijolos – essa mesma foi utilizada para a construção das primeiras casas.

Com a madeira advinda da derrubada das árvores, construíram os galpões para a estocagem da produção, salvaguarda das ferramentas e equipamentos utilizados na "lida da roça".

​Após as realizações das tarefas elencadas acima, iniciou-se o trabalho na lavoura. Assim, com a união e trabalho de toda a comunidade japonesa, o grupo se fortaleceu a tal ponto, que produzia praticamente todos os alimentos que consumiam, constituindo uma sociedade quase autônoma. Concomitantemente a plantação de arroz, milho, feijão, café e posteriormente algodão, Sr. Hidehito destaca os esforços em manter as tradições e costumes de seu povo: falar uns com os outros na língua japonesa dentro de casa e respeitar a hierarquia familiar. Nesse último caso, nosso entrevistado afirma que até hoje mantém esse hábito e não compra uma galinha sequer, sem antes consultar o irmão primogênito, o Sr. Izur.

​Prosseguindo a linha do tempo na ordem dos fatos relatados, ao trabalhar diuturnamente na lavoura, o Sr. Hidehito e o Sr. Misseo tiveram contato com vários produtos para o combate às pragas. Se, nos dias atuais, há muita preocupação e divulgação sobre o manuseio correto de agrotóxicos, infelizmente o mesmo não se pode dizer na década de 1950. Por esse motivo, a falta de orientação ocasionou consequências na saúde de muitas pessoas, que sofreram ao manterem contato direto com insumos extremamente nocivos para os humanos.

​Depois de tantos anos de trabalho e luta para oferecer uma vida melhor para sua família, temos certeza de que o Sr. Misseo Otsuki pode enfim, descansar na terra que o acolheu e na qual se esforçou tanto para produzir bons frutos. Ele deixou sua esposa, a Sra. Kazuko e os filhos, Sra. Tomoko, Sra. Mitiko, Sr. Izur, Sr. Hidehito e Sra. Junko.

​O responsável pelas aulas era o Sr. Nozomu Abé, um dos grandes precursores e também um dos responsáveis por popularizar o Judô em Votuporanga e todo o estado de São Paulo. Após o seu falecimento, o Sr. Hidehito assumiu a responsabilidade de continuar os ensinamentos do esporte na Academia de Judô Cerejeira, como o novo sensei.

​Durante anos o aprendizado era realizado na própria fazenda, porém, com o crescente interesse da população pelo esporte, o sonho de manter viva a tradição e os ensinamentos da cultura oriental, as aulas foram transferidas para uma sede exclusiva, localizada na rua Tietê. Por mais de 50 anos, Sr. Hidehito, juntamente com outros professores, difundiram o esporte, levando o nome de Votuporanga para todo o Brasil.

​Esta história foi extraída do livro "Votuporanga e seus personagens - Um Olhar diferenciado dos filhos das brisas", de autoria de Ravel Gimenes.


quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Votuporanga e a História da Ferrovia em Destaque na Rádio Jovem Pan

 Em celebração à semana de aniversário de 88 anos de fundação de Votuporanga, estivemos na Rádio Jovem Pan News Noroeste Paulista para participar de uma entrevista especial.

A pauta abordou a História da Ferrovia na região e o lançamento do documentário "Estrada de Ferro: Votuporanga na Linha do Desenvolvimento no Noroeste Paulista". Foi uma oportunidade valiosa para discorrer sobre a importância da cidade e seu desenvolvimento histórico, em um momento tão significativo.

Agradecemos imensamente aos jornalistas Jociano Garofolo e Rose Buzo pelo convite e pela atenção dedicada ao tema.

sábado, 1 de novembro de 2025

Do café ao desenvolvimento urbano: "Memória Cast" explora o impacto das ferrovias no Noroeste Paulista

O podcast "Memória Cast", uma iniciativa da Fundação Pró-Memória de São Carlos, recebeu em seu último episódio o historiador e pesquisador Ravel Gimenes para uma conversa aprofundada sobre o papel fundamental das estradas de ferro no desenvolvimento da região Noroeste Paulista. Na entrevista conduzida por Leila Massarão, Gimenes, que produziu o documentário "Estrada de ferro Votuporanga na linha do desenvolvimento", detalhou como a chegada dos trilhos transformou uma área até então considerada "despovoada" em um polo de crescimento.

A Formação da "Boca de Sertão"

Gimenes explicou que o Noroeste Paulista teve um desenvolvimento tardio em comparação com outras regiões cafeeiras do estado. A expansão foi impulsionada por colonos da capital e de estados como Minas Gerais, que buscavam novas terras para o café.

Um ponto central da discussão foi o papel da Estrada de Ferro Araraquara (EFA). O pesquisador usou São José do Rio Preto como exemplo, explicando que, após a chegada dos trilhos em 1912, a linha férrea permaneceu estagnada na cidade por mais de 20 anos, transformando-a em uma "boca de sertão". Este hiato, curiosamente, fomentou a economia local, já que viajantes precisavam de hospedagem e serviços enquanto aguardavam para seguir viagem.

Votuporanga: Uma Cidade Nascida dos Trilhos e do Café

A fundação de Votuporanga, em 1937, está diretamente ligada a essa expansão. Gimenes detalhou que as terras pertenciam originalmente ao "Rei do Café", Francisco Schmidt. Após sua morte, a propriedade foi adquirida e loteada pela "Empresa Paulista de Retalhar Terras", dando origem ao município.

O impacto da ferrovia foi tão imediato que, segundo o historiador, um plano diretor da cidade de 1952 previa a mudança da prefeitura e da câmara municipal para perto da estação, embora o crescimento urbano posterior tenha se voltado mais para as rodovias. Além do café, a região também se destacou na produção de algodão, pecuária e, mais recentemente, tornou-se um importante polo moveleiro, como lembrado por um ouvinte.

Preservação, Nostalgia e o Fim dos Trens de Passageiros

Embora o transporte de passageiros na linha tenha sido encerrado em março de 2001, a ferrovia ainda opera com transporte de cargas, hoje sob concessão da Rumo. A entrevista destacou a forte nostalgia que os trens ainda evocam. "A ferrovia é um tema nostálgico", afirmou Gimenes.

O pesquisador também abordou a situação do patrimônio ferroviário. Enquanto algumas estações, como a de Santa Fé do Sul (Museu Ferroviário) e Fernandópolis (Museu de Paleontologia), foram revitalizadas, muitas outras em cidades menores estão deterioradas. Em Votuporanga, o prédio da estação foi restaurado pela Rumo e serve como escritório da empresa.

Para os interessados em aprofundar-se no tema, Ravel Gimenes indicou seu documentário "Estrada de ferro Votuporanga na linha do desenvolvimento", financiado pela Lei Paulo Gustavo, que está disponível gratuitamente no YouTube.

A entrevista também serviu como prelúdio para a nova exposição da Fundação Pró-Memória, "Espaços Dormentes", que será inaugurada na estação ferroviária de São Carlos e aborda o patrimônio da Estrada de Ferro Araraquarense.

Convite Programa Memória Cast Outubro de 2025 com Ravel Gimenes - Fundação Pró-Memória de São Carlos

Convite: Programa "Memória Cast" Outubro de 2025 com Ravel Gimenes 

A Fundação Pró-Memória de São Carlos tem o prazer de convidar você a assistir a uma edição especial do programa "Memória Cast", que foi ao ar em outubro de 2025. 

Neste episódio, recebemos o pesquisador, fotógrafo e historiador Ravel Gimenes para uma conversa aprofundada sobre o tema "Estradas de ferro e o desenvolvimento do noroeste paulista".

Esta é uma oportunidade para mergulhar na história da constituição dessa importante região do estado. Durante o programa, são abordados tópicos como:

A Formação do Território: Uma análise de como o noroeste paulista se formou, contrastando o "Oeste Velho" e o "Oeste Novo" com esta região de colonização mais recente.

História Comparada: A conversa explora as diferenças temporais entre as cidades, comparando a fundação de Votuporanga (com 88 anos na época da gravação) com a história mais antiga de São Carlos.

O Papel da Ferrovia: O episódio detalha o papel crucial das estradas de ferro como vetor de progresso, discutindo as "brigas" e os esforços para a implantação das linhas que definiram o desenvolvimento local.

Pesquisa e Conexões: Ravel Gimenes também compartilha impressões de sua recente visita a São Carlos, realizada para aprofundar suas pesquisas sobre a história da cidade e suas conexões com o noroeste.

Se você é um entusiasta da história paulista, das ferrovias ou do desenvolvimento regional, este episódio é imperdível.




sábado, 4 de outubro de 2025

domingo, 7 de setembro de 2025

Noção sobre Cidadania

Em tempos tecnológicos, digitais e cheios de "Inteligência Artificial" acredito que seja pertinente realizarmos o momento de introspecção pessoal e tentar responder uma pergunta.

Onde está a nossa cidadania e o nosso civismo? 

Recentemente em um evento de futebol americano uma cantora foi amplamente elogiada por cantar corretamente o Hino Nacional, mas todos nós como brasileiros não deveríamos sabê-lo?

Em qual momento da nossa recente história "esquecemos" a letra de um símbolo do nosso país?

Será que os nossos filhos saberão que um dia cantar o Hino Nacional na escola foi motivo de orgulho entre nós alunos do antigo ensino básico, regular, formal, fundamental, médio ou eventualmente novas denominações?

Saberão como era desfilar nas datas comemorativas municipais, estaduais ou federal? Me arrisco a ir além, saberão o significado da denominação “fanfarra” e tudo o que ela representava, como trabalho em equipe, hierarquia e responsabilidade?  como desfilar e se portar em um evento cívico? terão aulas de instrumentos e ritmos como tivemos com o Ailton Rosa, o saudoso Borboleta? 

Educadores como ele eram os maestros que transformavam um amontoado de jovens em uma fanfarra afinada, que ensinavam não apenas a tocar um instrumento, mas a marchar em sincronia, a respeitar o colega, a ter disciplina e a sentir o orgulho da apresentação.

O grêmio estudantil, por sua vez, era (e ainda é, onde existe) a primeira experiência de política e representação. É no grêmio que se aprende a debater ideias, a organizar eleições, a negociar com a diretoria e a lutar por interesses coletivos. São laboratórios insubstituíveis para a formação de cidadãos ativos.

O poder público tem a sua parcela de responsabilidade, certamente noções de educação, bons modos e cidadania devem ser instruídas a partir da família, mas é pertinente que a escola também faça parte dessa formação. 

Onde estão os tradicionais desfiles comemorativos de oito de agosto, que celebravam o aniversário da cidade e eram a prova de que o civismo também se constrói no amor ao lugar onde se vive? 

Onde estão os desfiles de sete de setembro, o palco onde a comunidade se via e se reconhecia?

Em qual momento ficou desnecessário a realização desses eventos?

Por fim, inúmeras memórias norteiam a mente daqueles que assim como eu, tiveram a oportunidade de participar inúmeras e inúmeras vezes de eventos cívicos.   

São tantas perguntas que, provavelmente, não teremos todas as respostas, ou talvez nenhuma.

Desfile Aniversário da Cidade - Década de 1990 Escola Estadual Cícero Barbosa Lima Junior

sábado, 6 de setembro de 2025

Série: Nossos Prefeitos - Francisco de Vilar Horta

Francisco de Vilar Horta emerge dos anais da história do noroeste do estado de São Paulo como uma figura importante, ainda que muitas vezes discreta, na institucionalização da região em meados do século XX. A sua trajetória é singular, marcada por uma identidade dupla que o consagra tanto como um dos fundadores de Américo de Campos quanto como o primeiro prefeito nomeado de Votuporanga.

A jornada de Francisco de Vilar Horta começa longe do interior paulista. Ele nasceu em 14 de janeiro de 1899, na cidade de Japaratuba, estado de Sergipe. A sua origem nordestina é um dado biográfico fundamental, pois o insere no amplo contexto das migrações internas que caracterizaram o Brasil na primeira metade do século XX. 

A importância de Francisco de Vilar Horta para Américo de Campos precede a sua nomeação oficial como notário. Ele é listado entre os "colonizadores" que, por volta de 1920, apoiaram a fundação do patrimônio original, então chamado de Vila Botelho, ao lado de outras figuras fundadoras. 

Após o seu casamento em 1926, com a Sra. Alice de Almeida Silvares e mudança para a região, Francisco de Vilar Horta foi nomeado escrivão do Cartório de Registro Civil e Tabelionato de Notas. Ao longo de quase quarenta anos, de 1927 até ao seu falecimento em 1965, Horta foi o guardião da memória legal e civil de Américo de Campos.

Sua relação com a cidade de Votuporanga 

A ascensão de Votuporanga à condição de município, em 30 de novembro de 1944, através do Decreto-lei Estadual nº 14.334, ocorreu num momento político particular da história brasileira: os anos finais do Estado Novo (1937-1945). Sob o regime liderado por Getúlio Vargas, os prefeitos não eram escolhidos por voto popular, mas nomeados diretamente pelo Interventor Federal que governava o estado. A escolha de um líder para o novo município era, portanto, uma decisão técnica e política de alta esfera, que buscava um administrador capaz de estruturar o poder público local a partir do zero.

A nomeação de Francisco de Vilar Horta foi cercada de prestígio. Em 8 de dezembro de 1944, ele foi diplomado prefeito de Votuporanga numa cerimônia solene no Palácio dos Campos Elíseos, em São Paulo. A importância do evento é sublinhada pela presença de duas das mais altas autoridades do país: o próprio Presidente da República, Getúlio Dorneles Vargas, e o Interventor Federal em São Paulo, Dr. Fernando Costa. A escolha de um notário de uma cidade vizinha, mas com reputação ilibada, para esta tarefa, e a chancela do mais alto nível do governo, demonstram a confiança depositada na sua capacidade administrativa.

Tomou posse como primeiro prefeito de Votuporanga no dia 1 de janeiro de 1945, em cerimônia realizada na sede do Aeroclube. O seu mandato era claro e focado: instalar a máquina administrativa do novo município e preparar o terreno para a instalação da Comarca. Esta segunda e crucial meta foi alcançada em 13 de junho de 1945, com a nomeação do Dr. Nelson Ferreira Leite como primeiro Juiz de Direito.

Com a sua missão de estruturação concluída, Francisco de Vilar Horta foi exonerado "a pedido" em 13 de agosto de 1945. Transferindo o cargo para João Gonçalves Leite, que, mais tarde, se tornaria o primeiro prefeito eleito de Votuporanga. Esta transição marcou o fim da fase inaugural e puramente administrativa da cidade e o início da sua vida política autônoma, construída sobre as bases sólidas que Horta ajudou a estabelecer.

Posse do segundo prefeito escolhido. Na imagem a cerimônia de transmissão do cargo entre Francisco Vilar Horta e o novo prefeito nomeado João Gonçalves Leite 

Francisco de Vilar Horta faleceu em 2 de outubro de 1965. É importante destacar que ele exerceu a função de notário de Américo de Campos até ao fim da sua vida, reforçando a sua profunda e ininterrupta ligação com a cidade que o acolheu e onde construiu a sua carreira e família.

Nota do Autor:

Em consultas a registros antigos foi possível identificar que durante a função de Prefeito de Votuporanga o seu deslocamento da cidade residente Américo de Campos até Votuporanga era feito a cavalo, voltando a cidade aos finais de semana e retornando a Votuporanga na segunda logo pela manhã ficando até a sexta-feira.   

Homenagens

Em Votuporanga, a cidade que ele ajudou a nascer institucionalmente, o seu nome foi imortalizado na malha urbana. A Avenida Francisco de Vilar Horta, localizada no Bairro Patrimônio Novo, perpetuando a memória do primeiro administrador da cidade na sua própria estrutura física.

Homenagem do então vereador Luiz Garcia de Haro, em registros da época encontrado pelo pesquisador Ravel Gimenes; a viúva Dona Alice Horta descerrou a placa, mais tarde a avenida seria prolongada na administração do Prefeito Mario Pozzobon  

Em Américo de Campos, o seu lar por quatro décadas, a homenagem reflete a sua profunda inserção na vida comunitária. A Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Francisco de Vilar Horta é uma das principais instituições de ensino da cidade. Localizada na Rua João Manoel Fernandes, nº 945, no centro, a escola é um ponto de referência cívico, servindo como local para eventos públicos e exames, e sendo uma peça central do sistema educacional do município. Esta homenagem, na cidade onde dedicou a maior parte da sua vida, celebra o seu legado como pioneiro e pilar da comunidade.

Francisco de Vilar Horta

EMEF - Francisco de Vilar Horta na cidade de Américo de Campos/SP

Texto: Produzido por Ravel Gimenes - Pesquisador e Fotógrafo 

domingo, 17 de agosto de 2025

Fósseis Ganham Vida em Nova Exposição em Fernandópolis

O Museu de Paleontologia de Fernandópolis inaugurou uma nova e vibrante exposição que promete conectar o passado pré-histórico com o presente através da arte. No último sábado, 16 de agosto, às 14h30, o museu deu as boas-vindas ao público para a inauguração do evento "Paleoarte no Museu", uma iniciativa que busca dar vida aos fósseis do acervo com entrada totalmente gratuita.

A peça central da inauguração é a apresentação de 11 novas obras de paleoarte. Essas peças não são meras representações artísticas; são réplicas cientificamente informadas e inspiradas diretamente nos fósseis que compõem a coleção do museu. O objetivo é oferecer aos visitantes uma janela visual para o passado, permitindo que imaginem como as criaturas que habitaram a região há milhões de anos realmente se pareciam, transformando ossos e rochas em representações vívidas da fauna antiga.     

Para enriquecer ainda mais a experiência, o evento contou com a presença do renomado paleontólogo e paleoartista Felipe Alves Elias, do Museu de Zoologia da USP e idealizador do projeto PaleoZOOBR. Elias participou de um bate-papo com o público na noite de sexta-feira, compartilhando seu conhecimento sobre a fauna pré-histórica brasileira e os processos de divulgação científica. 

Além da nova exposição de paleoarte, os visitantes poderão conferir réplicas de dinossauros, incluindo modelos inspirados em espécies que ganharam fama no cinema, como no filme Jurassic World.  

Baurusuchus pachecoi crocodilomorfo que viveu em nossa região há 80 milhões de anos

A iniciativa reforça a missão do Museu de Paleontologia de ir além de um simples repositório de fósseis, consolidando-se como uma instituição viva e dinâmica que promove a educação, a cultura e o turismo na região. No local mais de 100 fósseis coletados em várias regiões do Brasil estão disponíveis para visitação, entre eles o Baurussuquideo. O fóssil de peça inteira possuí 80 milhões de anos e foi encontrado na zona rural de Fernandópolis e Jales, em afloramentos de arenitos (piçarra).

Pesquisador Ravel Gimenes, o Paleoartista Felipe  Elias e o Idealizador do Museu Professor Carlos Eduardo 

A paleoarte é uma disciplina fundamental para a paleontologia, atuando como o "rosto da ciência" para o grande público. Enquanto os fósseis fornecem os dados brutos — ossos, dentes, ovos —, a paleoarte os interpreta e reconstrói, permitindo que hipóteses científicas sobre a aparência, o comportamento e o ambiente desses animais sejam testadas e visualizadas. É essa reconstrução artística que transforma um conjunto de ossos em uma criatura viva na imaginação do público, despertando a curiosidade e o interesse, especialmente entre os mais jovens. Ao investir em peças inspiradas em seu próprio acervo, o Museu de Fernandópolis não apenas enriquece sua exposição, mas também reforça a relevância de suas descobertas locais, mostrando que os "tesouros" sob o solo da região têm uma história fascinante para contar.

A história do Museu de Paleontologia de Fernandópolis é indissociável da trajetória de um indivíduo cuja paixão e perseverança foram a força motriz por trás de sua criação. O Professor Carlos Eduardo Maia de Oliveira, conhecido carinhosamente como "Cadú", não é apenas o curador ou diretor da instituição; ele é seu idealizador, o "caçador de dinossauros" local cuja cruzada pessoal transformou um tesouro científico em um patrimônio público.



Painéis que retratam a nossa região há 80 milhões de anos, produzidos pelo Paleortista Felipe Elias 

Visitantes em uma das salas do Museu

A iniciativa reforça a missão do Museu de Paleontologia de ir além de um simples repositório de fósseis, consolidando-se como uma instituição viva e dinâmica que promove a educação, a cultura e o turismo na região.

Serviço:

Endereço: Rua João Gosselein, 1470, Bairro Santa Rosa, Fernandópolis-SP (antiga estação ferroviária)

Telefone: (17) 3442-3797 

Horário de funcionamento:  de terça à sexta das 9h às 11h e das 13h às 17h | aos sábados das 13h às 18h | fechado às segundas

sábado, 16 de agosto de 2025

Museu de Arte Sacra e Diversidade Religiosa de Olímpia

Inaugurado em 17 de dezembro de 2020, o Museu de Arte Sacra e Diversidade Religiosa da Estância Turística de Olímpia representa mais do que a adição de um novo equipamento cultural ao interior paulista. Ele se constitui como uma instituição pioneira, que redefine deliberadamente o escopo tradicional de um "museu de arte sacra" no Brasil. 

Sua missão dual é preservar o patrimônio artístico e, simultaneamente, promover ativamente um diálogo sobre a diversidade religiosa materializa uma declaração cultural significativa e oportuna em uma nação caracterizada por sua pluralidade de crenças. A proposta do museu, portanto, transcende a mera exibição de artefatos devocionais para se tornar um espaço de reflexão, aprendizado e tolerância.

Arquitetura: 

O Palacete Giosué Tonanni é um edifício datado de 1910, um período que marca o apogeu do ciclo do café em Olímpia e em grande parte do estado de São Paulo. Como tal, a edificação é um artefato arquitetônico que testemunha a prosperidade e o desenvolvimento social da cidade no início do século XX.

Sua importância foi oficialmente reconhecida com o seu tombamento como patrimônio histórico municipal, o que garantiu sua proteção legal e sublinhou seu valor como um bem cultural coletivo. Anteriormente ocupava o palacete: o Museu de História e Folclore "Maria Olímpia. Este museu, de grande importância para a identidade local, foi transferido para um novo prédio histórico anexo ao Recinto de Exposições e Praça de Atividades Folclóricas `Professor José Sant'anna'

Fachada do Palacete Giosué Tonanni 

Cruz da Fundação 

Marco Zero de Olímpia e Significado Histórico
Há 163 anos (ano de 1857), Antônio Joaquim Miguel dos Santos, primeiro cidadão a residir em Olímpia que, assim como outros mineiros, veio a São Paulo no século XVIII, na época da decadência do ouro, em busca de novas riquezas; ergueu próximo à sua casa de pau-a-pique denominada de Taperão uma cruz de madeira utilizada para sinalizar a posse de suas terras às margens do Ribeirão que ele denominou de Olhos D'Água (devido ao grande número de minas de água ali nascentes).

Significado Histórico
O gesto de "fincar a Cruz", um dos maiores símbolos do cristianismo, surgiu com a chegada dos portugueses no território brasileiro, quando Pedro Álvares Cabral, finca uma cruz, sinal da Coroa portuguesa naquele momento, para tomar posse oficial dessas terras em nome do Rei de Portugal D. Manoel I. Esse gesto configurou-se como a "possessão histórica", da nova terra, fundamento de domínio público que não precisava de documento.

Dessa forma o local que posteriormente seria chamado de Brasil, foi denominado primeiramente de Ilha de Vera Cruz (do latim, Verdadeira Cruz) e isso se deve pois Cabral e sua tripulação acreditavam carregar lascas da cruz em que Cristo foi crucificado. Por isso, devido a sua forte religiosidade, os portugueses batizavam as suas terras de Vera Cruz ou Santa Cruz, pois as embarcações menores acreditavam levar réplicas abençoadas da verdadeira cruz em seu interior.

E não diferente disto, Antônio Joaquim Miguel dos Santos, segue esta tradição de posse das terras locais, tornando-a uma possessão histórica.

Exposição "Crenças Asiáticas"


Vista na parte mais alta do sobrado

Dona Ilda Rosa e Alice Sofia (mãe e filha do autor)

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Revitalização do Monumento aos Heróis de 1932

Em resposta a uma solicitação protocolada em maio de 2024 e à crescente repercussão sobre a necessidade de conservação, a Prefeitura de Votuporanga realizou a manutenção do monumento em homenagem aos heróis da Revolução Constitucionalista de 1932. A ação visou preservar a memória dos combatentes e garantir que o marco histórico estivesse em condições adequadas para as celebrações do 9 de Julho.

O pedido formal para a revitalização do monumento, localizado na Praça Nove de Julho, foi apresentado pelo historiador Ravel Gimenes, que destacou a importância da manutenção do memorial para as gerações presentes e futuras. A iniciativa de Gimenes ecoou na comunidade local, gerando debates e chamando a atenção do poder público para o estado de conservação do obelisco.

Em artigos e publicações, a imprensa local, como o jornal "A Cidade de Votuporanga", também ressaltou a relevância do monumento e a história dos cidadãos votuporanguenses que participaram do movimento armado de 1932, reforçando a necessidade de cuidados com o patrimônio.



quinta-feira, 17 de julho de 2025

Jornal A Cidade repercute solicitação de revitalização

Jornal A Cidade de Votuporanga repercute a solicitação realizada à prefeitura de Votuporanga para revitalização do monumento em homenagem aos heróis da Revolução Constitucionalista de 1932, conhecido como Obelisco Praça Nove de Julho.

    Fonte: Jornal A Cidade de Votuporanga 09/07/2025

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Área da Unidade Territorial Votuporanga

Este número representa a área geográfica total do município de Votuporanga em quilômetros quadrados.

Votuporanga possui uma área territorial total de 420,703 km² em 2024. Isso a posiciona em uma faixa de tamanho média a superior quando comparada a outros municípios no estado de São Paulo e em nível nacional. Dentro de sua região geográfica imediata, é um dos municípios maiores, embora não o maior absoluto.

    Fonte: IBGE

Área urbanizada de Votuporanga

Esta é a extensão total do território municipal que é considerada urbanizada, ou seja, com construções, ruas, infraestrutura urbana.
Uma área urbanizada de 25,65 km² para uma cidade com população que já ultrapassa os 100 mil habitantes (considerando o crescimento desde 2019 até 2025) sugere uma cidade que tem se expandido horizontalmente. Essa expansão exige um planejamento urbano eficaz para garantir que a infraestrutura (água, esgoto, energia, ruas, transporte) acompanhe o crescimento da mancha urbana.

    Fonte: IBGE

Média Salarial Votuporanga

Votuporanga apresenta um salário médio mensal para trabalhadores formais de 2,1 salários mínimos em 2022. Esse valor a posiciona de forma intermediária a superior quando comparada a outros municípios no Brasil e no estado de São Paulo, e entre as melhores na sua região geográfica imediata.

A cidade tem uma parcela significativa da população ocupada (36,46%, correspondendo a 35.228 pessoas), o que indica uma boa taxa de empregabilidade formal.

O dado sobre o percentual da população com baixa renda (rendimento per capita de até meio salário mínimo) é de 2010 e mostra que, naquela época, 26,6% da população de Votuporanga se enquadrava nessa faixa. Para uma análise mais atualizada, seria necessário um dado mais recente.

O mapa da densidade demográfica do estado de São Paulo, que na verdade aqui está representando o salário médio mensal, mostra que a região de Votuporanga (marcada com um pino vermelho) se enquadra na categoria de até 2,2 salários mínimos (cor azul claro na legenda).

    Fonte: IBGE

terça-feira, 24 de junho de 2025

Densidade Demográfica de Votuporanga

Os dados do Censo IBGE 2022 confirmam 96.634 habitantes. No entanto, estimativas mais recentes (2024) já indicam que Votuporanga ultrapassou a marca de 100.000 habitantes (100.159 pessoas). Isso demonstra um crescimento populacional contínuo e significativo para a cidade.

    Fonte: IBGE 

Dados IBGE para Votuporanga

A cidade, possui uma área territorial de 420,703 km² e uma densidade demográfica de 229,7 habitantes por km². A população apresenta um perfil maduro, com idade mediana de 38 anos. Quanto à composição racial, a maioria dos habitantes se declara branca (64.359), seguida por parda (26.340), preta (4.999), amarela (881) e indígena (50).

Um dos dados que mais chama a atenção é a frota de veículos, que em 2024 atingiu 97.826 unidades. O número é praticamente equivalente ao total de habitantes, indicando uma alta taxa de motorização e colocando a cidade na 62ª posição estadual neste quesito. O dinamismo econômico também se reflete no PIB per capita, que em 2021 era de R$ 40.190,41.

Economia e Infraestrutura:

PIB per capita (2021): R$ 40.190,41.

  • Ranking no país: 1.427º de 5.570.
  • Ranking no estado: 224º de 645.

Frota de Veículos (2024): 97.826 veículos.

  • Ranking no país: 197º de 5.570.
  • Ranking no estado: 62º de 645.

Indicadores Sociais e Educação

  • Mortalidade Infantil (2022): 10,25 óbitos por mil nascidos vivos.
    • Ranking no país: 2.978º de 5.570.
    • Ranking no estado: 304º de 645.
  • Casamentos (2023): 574 casamentos.
    • Ranking no país: 260º de 5.570.
    • Ranking no estado: 78º de 645.
  • Divórcios Judiciais (2023): 289 divórcios.
    • Ranking no país: 177º de 5.570.
    • Ranking no estado: 66º de 645.
  • IDEB (2023) - Anos finais do ensino fundamental (rede pública): Nota 5,6.
    • Ranking no país: 544º de 5.570.
    • Ranking no estado: 102º de 645.

Mapa do Município de Votuporanga - 1944

Este mapa, intitulado "Mapa do Município de Votuporanga", é um registro cartográfico oficial do Estado de São Paulo, organizado pela Seção de Topografia da Diretoria de Terras, Colonização e Imigração. Desenhado em 10 de dezembro de 1944 e com aprovações e assinaturas datadas até 18 de março de 1945, ele oferece um retrato preciso do município em um período de intensa formação e crescimento.

A assinatura do Prefeito Municipal (João Gonçalves Leite), datada de março de 1945, confere ao mapa a sua oficialidade no início da primeira gestão municipal.

Em síntese, o mapa de 1944/1945 é mais do que uma simples representação geográfica. Ele é um documento histórico que captura a essência de Votuporanga em seu momento de nascimento como entidade política autônoma.

Este mapa é, portanto, um testemunho do otimismo e do planejamento que marcaram os primórdios de Votuporanga, projetando o crescimento que transformaria a cidade em um dos polos mais importantes da região noroeste do estado de São Paulo.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Mapa de Votuporanga Atualizado - 2025

O mapa apresenta um detalhamento da área urbana de Votuporanga, com destaque para a distribuição de diferentes tipos de uso do solo e infraestruturas.

     Fonte: Prefeitura de Votuporanga - junho de 2025

quarta-feira, 18 de junho de 2025

A Estrada de Ferro D. Pedro II - 1879 - Destaque para a Região Noroeste Paulista

A Estrada de Ferro D. Pedro II foi a primeira grande ferrovia do Brasil, inaugurada em 1858. Ela foi um marco fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Império Brasileiro.

Sua construção começou no Rio de Janeiro (então capital do Império), na estação que viria a ser a Estação Central do Brasil. A ferrovia se expandiu progressivamente para o interior, conectando o Rio de Janeiro às ricas regiões produtoras de café em Minas Gerais e, posteriormente, com acesso a São Paulo.

Ela foi crucial para o escoamento da produção cafeeira para o porto do Rio de Janeiro, impulsionando a economia do país e facilitando o transporte de pessoas e mercadorias. Após a Proclamação da República (1889), a Estrada de Ferro D. Pedro II foi nacionalizada e seu nome foi alterado para Estrada de Ferro Central do Brasil, tornando-se uma das mais importantes ferrovias do país durante o século XX.

    Fonte: Planta geral da estrada de ferro D. Pedro II [Cartográfico] : e das outras estradas de ferro 
    das        provincias do Rio de Janeiro, S.Paulo e Minas Gerais do Imperio do Brasil